TEMAS ACADÊMICOS

O QUE O ESTUDANTE DE DIREITO DEVE ESTUDAR!

Por Prof. LOÊDI LISOVSKI,

Advogado de causas criminais e professor.

No cotidiano da sala de aula me perguntam qual melhor livro de direito para estudar (referente a disciplina ministrada), como se em apenas um único livro, se resumissem ou ensinassem todo o conteúdo de uma disciplina do direito.

Neste momento me ponho a pensar que este que fez a pergunta imagina que o direito tem o tempo de vida da internet (rede mundial de computadores).

E a tal pergunta tem até sentido, mas não justificativa: na atualidade, basta que se clique no maior site de pesquisas da internet, que se terá uma explicação (razoável) do assunto pesquisado. A depender da escolha do portal da pesquisa, o conteúdo será raso ou profundo. E isto ocorre, justamente porque na internet também se encontram artigos científicos e arquivos de livros para serem baixados, logo, a pesquisa pode ser profunda, consistente.

Mas na grande maioria das vezes o que se quer é o conceito (este que na sequência será decorado), sem se importar o pesquisador (aqui digo o acadêmico) com o conteúdo, sua essência, importância, a rigor, sua relevância crítica. Ou seja, o acadêmico decora o nome da “coisa”, mas sequer chega a se perguntar o que significa e para que serve a mesma. E bem sabemos que quando se trata de academia, de fazer ciência, perguntar é a chave para se obter a compreensão, e a partir daí, a evolução.

Enfim, o que queria deixar como sintoma do estudo da atualidade, é que os novos acadêmicos (e por decorrência os novos profissionais do direito) estão buscando cada vez mais o lado fluído do conhecimento, e deixando de lado o lado essencial.

Esquecem-se que o direito existe desde a existência humana na terra. De que não há como pensar no homem senão acompanhado de direitos (deixe-se de lado a justiça), e de que pensar no seu conhecimento em apenas um livro ou um clique, é apequenar sua relevância e desconhecer a sua existência. Logo, não conhecer o direito.

Por fim, se interessar, quando me perguntam com interesse de estudar e conhecer de fato o direito, digo que de extrema relevância o seu estudo, mas desde seu viés histórico, filosófico, linguístico, normativo, mas principalmente também o humanístico. Se o estudante imagina que o estudo do direito acaba com a leitura da Lei, está enganado. Deve lembrar que a mesma foi confeccionada por humanos e a estes destinada, o que remanesce ainda o estudo dos comportamentos humanos por ela encartados.